sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Últimos 15 minutos de reticências

O outono está chegando, e as ventanias também. E eu sei desde sempre, que esses ventos sujam a casa que eu passo meses limpando. Dessa vez eu não vou arrumar nem limpar, vou largar meus pedaços por aí. Por favor, não repare na bagunça, pare de olhar pra trás e largue tudo como está. O carnaval acabou e com ele se foram as mágoas e as borboletas.

Por isso não tenha medo de admitir que o samba morreu, o disco riscou e nessa casa só sobraram cinzeiros cheios e copos vazios. Se antes eu me perdia na mentira, agora não me acho na verdade. Não me acho na minha, muito menos na sua.

Então é com grande pesar que te peço que guarde com carinho os momentos alienáveis com a estranha familiaridade na caixinha de coisas intransferíveis. Peço também, que em silêncio, apague a luz... tranque a porta e deixe a chave.
Agora vou dormir, ando judiada com essa vida de dona de casa.

S.

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