sábado, 27 de dezembro de 2008

claridade lúcida, impreterivelmente manhã.

Vinte e sete, Treze, dezoito e trinta e três

Esse tal de...
Diz que anda acendendo vela para Dona...
Sabe, esse tal de Espírito... não sabe?

Ele persiste em acender os cigarros
Continua abotoando os botões do paletó
para que as moças possam olhar com desejo
Mas, esse tal de...
Anda comendo muita gente,
Todos já sabem que não é mais crente
E que quem o domina, não é o salvador.

Ah, mas esse tal...
Sabe que quando o dia madruga
Boa coisa não à de vir
A polícia já amanheceu na rua
Tomando tiro dos maloca
que sabem como é difícil viver.

Na certa esse tal de...
Anda cavando buracos
Esquecendo do taco
Uivando para lua e o azul.

Ele está de sacanagem,
Querendo e não querendo
Continuar vivendo,
Sentindo e não sentindo
As nuvens e o vento.

Talvez, se esse tal...
Olhasse para mim,
Voasse para mim.
E eu,
Tão mascada,
Tão prevísivel
Perdesse a máscara
Atropelando as crianças
Esquecendo da infância
Que prometi nunca,
nunca,
Esquecer.

Ah, se apenas sorrisse.

Ao lado, ninguém
[Como vitreau
Como discos, Poesias]


C.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Tão egoísta: Carolina

O quê?
Eu. Carolina sou eu?!

Será que é mal de Carolina, ser egoísta?
Será que só as Carolinas sabem fingir o que ser?
Talvez não passa de egocentrismo, mas como cabe tanto, dentro de um único ser?
Carolina, é feito de nada
Um nada tão doce, que chega a enganar
Mas um dia a máscara caí
E em prantos, acabando à se afogar.

Olhos de azeviche, de menina
Desconhece o verdadeiro sentido de amar
Quem nasce Carolina, em boa coisa não pode acabar
Sonha em amar loucamente,
mas no fundo anda sempre doente
Dormente pra tudo, por tudo
Só mente

Não suporta a vida vazia,
Por isso faz pessoas sofrer

O que acontece com a Carolina,
Que atravessa a rua sem olhar para os lados?
Onde ficou Carolina nos anos passados?
Elas quase não lembram de nada,
Não sabem de tom, nem de seus sentimentos
diz coisas sem sentido,
pois nunca sabe o que sente.

Carolina, Carolina
Mesmo muda ainda fascina
é mesmo 'crua' sua auto-estima

Carolina, por que continuas a ser assim?

Cuidado na estrada, menina
O caminho sempre tem um fim.


C.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008






O amarelo que ainda me resta.








C.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

viva a morte em mim

Hoje mergulho na imensidão do abismo. Respiro pouco porque dói. Dói muito, dói tudo. Não sei quem sou, o que sou. Nem mesmo se existo. Derramo lágrimas amargas, meu coração está aos prantos.
Se é corpo o nome disso que encapa nossa alma, já não lembro mais como o meu é. Minha vida fugiu para um canto por aí, que não vi. Confundo o doce da morte com o azedo da vida, não sei se estou viva, meu sangue já não sinto correr.

Que pensamentos são esses, que devasta e me arrasta para um negro mar atrás do fim?
Onde fica a vida?
Eu já tive caráter?

Ouço alguém chamando um nome de longe. Não sei se é o meu. Não lembro se tenho um. Mas, é uma voz tão estigante, tão propícia, que daqui a pouco vou atrás. Só quero ter a certeza de que não é mais o vácuo, que vez ou outra aparece para me atormentar e dizer coisas sem sentido. De coisas sem sentido já basta tudo.
O vácuo entra em mim toda vez que o vazio chora. O choro faz parte do vazio que está sempre no escuro, com medo de quem tem medo.
Não adianta, coração. Você não bate e nem vai bater mais, sua escolha foi essa, então, agora assuma. O risco já passou do rabisco. A fila andou e você esqueceu de entrar.
Sai voando coração feupudo. Não cabe mais tristeza nesse mesmo ser. Não cabe nem amor. A dor ameaça contar tudo, mas as palavras somem toda vez que a boca se abre.
Mergulho, apavoro e me afogo.

Todo dia.
O tempo todo.

C.