segunda-feira, 3 de março de 2008

Eu não quero mais perder meu tempo tentando me achar. Então vou logo ali no bar me perder. Ao menos esqueço até amanhã, antes disso não quero mais relembrar. Depois das 3 eu desafino e maltrato estranhos, digo que odeio quem amo e admiro toda e qualquer coisa que me lembre o quão miserável me sinto quando quero esquecer. Depois de muitas e outras, beijo o cinismo, que para me ver contente e esquecida, me embebeda até de manhã. Me apaixono pelo sarcasmo, mas como todo equívoco de noites mal dormidas e bem bebidas, vou pra cama é com a ironia. E como toda puta, ela me deixa sempre depois do cigarro. Depois de me ver dormindo exausta e maltratada de tanto tentar esquecer, me deixa um bilhete no espelho: Coração não tem amnésia.
S.

domingo, 2 de março de 2008

(ego)cêntrica

Agraciada ficou a minha sorte. Ficou exposta, translúcida e intocável. Tudo é desfigurado e impotente, corpo algum me estremece a carne, boca alguma me liberta a alma. Então é aqui que paro. É aqui que te deixo o meu legado de palavras. Aqui que te esvazio de mim, que faço fluir o emaranhado de sentimentos que não te pertencem nem te dizem respeito anymore. Aqui jaz a turbulência da minha alma aflita. E a partir de hoje, reinará em mim os dias vazios que estão por vir sem a tua presença.

S.