Eu não quero mais perder meu tempo tentando me achar. Então vou logo ali no bar me perder. Ao menos esqueço até amanhã, antes disso não quero mais relembrar. Depois das 3 eu desafino e maltrato estranhos, digo que odeio quem amo e admiro toda e qualquer coisa que me lembre o quão miserável me sinto quando quero esquecer. Depois de muitas e outras, beijo o cinismo, que para me ver contente e esquecida, me embebeda até de manhã. Me apaixono pelo sarcasmo, mas como todo equívoco de noites mal dormidas e bem bebidas, vou pra cama é com a ironia. E como toda puta, ela me deixa sempre depois do cigarro. Depois de me ver dormindo exausta e maltratada de tanto tentar esquecer, me deixa um bilhete no espelho: Coração não tem amnésia.
S.
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