Assistindo meu pobre músculo sangrento palpitar, não pude deixar de notar: era tão suculento, avermelhado e pulsante, tão atraente em seu ritmo e cor. Sendo assim, coloquei-o ao ar livre, pra que seu cheiro absurdo pudesse tambem pulsar. alguem me pediu pra mordê-lo, e deixei.
Agora ele vaza, escorre, definha pelo buraco da mordida geométrica e adorada.
Não posso deixar de olhar para o triste e respeitoso espetáculo do qual pareço estar de fora, passivo. sendo assim, não posso escrever, nem pintar. posso só gritar o eco líquido da minha paixão carnívora, pulsante, como o sangue que ainda palpita na calçada.
G.
terça-feira, 29 de abril de 2008
Tango para Layse
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as andorinhas voltaram
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