quinta-feira, 17 de julho de 2008

Não que eu tenha desistido

Entretanto, quando já não sei nem o que escrever por aqui para que se entenda o que quero dizer quando grito o 'verbo' VERDADE, me vem minha situação presente. Estou sentado, em frente à uma máquina, numa cidade estranha, me retratando, me desculpando virtualmente, por não PODER ser livre e (verbalmente) verdadeiro.
Não posso, já que bebo da preguiça de uma cama macia todas as noites, e me dou ao luxo de sonhar confiante que um despertador vai me chamar à realidade. Já que não abro mão da expressão 'todo-o-dia', já que não tenho tanto medo da morte assim.
Sendo que Esta (a Morte) se esconde atrás do próximo segundo, e apareçe a cada instante, cada vez mais perto, cada vez mais colorida [no andar de baixo, na televisão, na cidade vizinha e no cheiro de um cão estirado no meio na rua] pra me gritar : VIVA AGORA.
Mas meu agora é um choro no aconchego, é a mordomia de me atrofiar, é a benção e o concentimento que dou o tempo todo pra tudo isso que não acredito e que no fim é o que me mantém vivo, aqui como estou.
A vida que levo é na verdade uma ação de má vontade da senhora Morte, que (assim como eu) não se consola com minha burrice de perceber que a vida está em outro lugar e continuar agindo com o equilíbrio morno do medo de ser o que verdadeiramente sou.

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