segunda-feira, 4 de junho de 2007

Particular

Sento-me aqui para falar de minhas aflições, aflições estas que atormentam minha mente inexperiente. Palavras para descrever o quanto me apego as pequenas coisas e quanto isso me agoniza. Suspiros cheios de tremor, falta de ar. A dor chega ao ponto de quebrar tudo aquilo que estava lá dentro, que era chamado de bonito, mas que hoje se resume e se expressa no cotidiano, no vazio. Não entendo a meu ver o mundo que me engana, traiçoeiro, ganancioso, que me prega peças. Não sei lidar ainda com o novo, aquilo que foge a minha realidade, mas que ao mesmo tempo me desperta a curiosidade. Mas com o tempo, ao me descobrir, me adequo fácil a tais mudanças.
Os dias passam devagar, o vento insiste em aparecer, as folhas a cair, o clima é gelado. Arde de frieza a minha alma que esquenta ao receber as palavras mais remotas, um olhar penetrante, os mais simples gestos, um abraço apertado. A cabeça dói, acendo um cigarro para matar o tempo, o gosto amargo na boca, o café tira o sono, a música rola. Meus olhos transparecem a tristeza, nas olheiras o cansaço. Procuro uma música que encaixe em meus pensamentos, ouço aquela água com açúcar, a solidão me assusta. Procuro disfarçar soltando gargalhas, risos misturados com ar de ironia, inconstantes. Inconstante, essa é a palavra. Reflete a minha mudança de humor, de sentimentos , de sonhos perdidos. A cabeça começa a pesar, o sono vem vindo. A poesia surge espontaneamente como presente dos deuses , inspiração do inconsciente. Surge para retratar aquilo que é humano, particular. Aquilo que os olhos insistem em não contar e a razão demora a descobrir, a alma demora a transparecer... que agonia.
Calafrios, agitação, momento de sentir o coração na boca. Já não sei se aquilo que chamava de amor virou apenas cotidiano, carência. Dúvidas, paradoxos, complexos....confusão de sentimentos.


M.

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