sexta-feira, 6 de abril de 2007

Abril

"Sinto o abraço do tempo apertar e redesenhar minhas escolhas.
Logo eu que queria mudar tudo me vejo cumprindo ciclos, gostar mais de hoje e gostar disso.
Me vejo com seus olhos, tempo espero pelas novas folhas. Imagino jeitos novos para as mesmas coisas, logo eu que queria ficar pra ver encorparem os caules.
Lá vou eu, eu queria ficar pra me ver mais tarde, sabendo o que sabem os velhos. Pra ver o tempo e seu lento ácido dissolver o que é concreto.
E vejo o tempo em seu claroescuro , vejo o tempo em seu movimento que me marcar a pele fundo, me impelindo, me fazendo. Logo eu que fazia girar o mundo. Logo eu, quem diria, esperar pelos frutos.
Conheço o tempo em seus disfarces, em seus círculos de horas, se arrastando feito meses se o meu amor demora. E vejo bem tudo recomeçar todas as vezes. E vejo o tempo apodrecer e brotar e seguir sendo sempre ele. E o tempo todo começar de novo, e ser, e ter tudo pela frente."

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