Silêncio.
Vou tirar da minha boca quarenta motivos de dor.
Vou falar alto, bêbado de sonhos, todos os versos de poesia que me sorrirem. E depois, marca-los com meu nome, este nome que jogaram em mim.
Vou erguer meu queixo sobre o resto de minha nudez juvenil e deixar-me ser belo. Me largarei para beleza, esta, cujo tamanho e crueldade são ilimitados. Estarei possuído de mim, e me possuirei assim, morto, vivo, morto-vivo da vida morta.
Vou suprir as faltas com o prazer, me envenenarei de prazer. E, envenenado, louco, íntimo de minha podridão, morrerei, mas vou morrer de vida.
G.
sexta-feira, 6 de abril de 2007
A doença.
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