quarta-feira, 16 de maio de 2007

Não sei

se eu pergunto como você está, se o colégio ainda te enxe o saco, se seu pai anda daquele jeito, se parou de roer a unha, se a giovana ainda tem que fazer teatro, se o viva-voz parou de ser usado, como está a peça de teatro, qual filme viu essa semana, se tem usado muito roxo, se continua olhando a lua, se realmente parou de fumar, se seu olho voltou a coçar, se tem ouvido o sino da igreja, se limpou a baba do canto da boca, se o orkut te estressou, se o msn saiu de linha ou se seu nick que mudouu, se as ruas tem passado rápidas demais, se esqueceu de me telefonar ou se o telefone perdeu a linha, se o bosque foi desviado do nosso caminho ou se ainda têm passado por lá, se as notas continuam as mesmas, se o arco-irís ainda é maior que o mar, se ainda tem visto borboletas, se tem estudado filosofia, se o batuque parou de tocar, se sua bolsa já perdeu a fivela, se o relógio continua à girar, se o nosso mundo parece triste ou se sou eu que não sabe voar, se a grama continua molhada, se às gotas de àlcool tem buscado se afastar, se o sorvete ainda continua uva, se o dedé continua valente, se meus olhos continuam crêntes, se você ainda tem um bom paladar, se os calos ainda estão nos dedos ou se você já mudou de lugar, se as luzes continuam as mesmas, se ainda é ímpar, se voltou a flertar, se está enlouquecido com o blog ou se é a erva que te fez rodar, se ainda vive no mundo dos sonhos, se tem acendido velas nos cantos, se tem visto nosso cacto secreto ou tem tomado o mesmo café tradicional, se tem plantado muita semente, se o gosto de sangue já saiu da gente, se algum dente anda doendo, se o intervalo demora a passar, se as músicas tem feito você pensar, se foi meu jeito que mudou a gente, se a perna de pau tá demorando pra quebrar, se teu olhar continua dormente junto com teu piscar-sonhar, se o nariz tem soado bastante, se parou com aquela cara de malandro, se tem trabalhado com fome, se fica chateado com o ônibus, se seu apelido mudou, se o disco riscou, se o esmalte acabou, se o sonho parou de escorrer, se a barriga tem roncado até doer, se ainda acorda assustado, se o dia ontem foi todinho nublado, se os pássaros tem te cagado, se seu ouvido tá todo estourado, se seu verde continua froxo, se o vento continua gelado, se o acento mudou de lugar, se já aprendeu a arrotar, se cortou o cabelo por tédio, se tem tomado muito remédio, se tem se apaixonado muito ou se o inverno te fez esfriar, se a saudade anda apertando, se você tem que custar pra lembrar, se o ritmo continua lento, se tem se jogado pra qualquer lado, se o alecrin ainda brota no peito, se o amor ainda tem jeito, se a viagem mudou de andar, se a escada continua difícil, se aquele bandido mudou de edíficil, se a tímidez já voltou a falar, se o dedo continua estalando, estralando ou cutucando, se você continua me amando e se tem pensado no fim...

Eu quero, mas não sei como.


C.