sexta-feira, 11 de maio de 2007

Vinho - inho - inho.

Então eu fui na adega comprar vinho, cheguei lá e pedi um daqueles grandes de cinco litros, mãno, eu não tinha dinheiro, faltaram três reais, daí peguei o de 4 pila mesmo.

Um maluco pediu 1 reals pra mim, não tinha, dei 50 centavos e ele disse que eu poderia pegar limão a vontade mas não tudo porque eu não dei 1 reals. Limão bom sabe, limão rosa, daqueles de fazer limonada, daqueles de temperar a salada, daqueles bem feios de olhar e dar dó.

Eu peguei, nunca faço isso mas hoje eu fiz, sempre tenho vontade mas nunca faço. Bah, foda-se, eu comprei limão de um desconhecido e daí?
Depois disso eu agradeci, me despedi do dono do estabelecimento e do tio que me vendeu limão, peguei minha sacola com doce e azedo e já fui saindo como quem sai de um wc depois de um longo xixi desesperado. Me senti meio estranha por estar tão longe de casa comprando vinho ao meio dia. Mas parei, pensei, observei minhas aquisições e então tudo fez sentido.

Eu já não era mais uma garotinha mimada atrás de um hábito que a gente apelida de vício, eu era aquela que comprou limão as doze horas do dia 11, aquela que pediu desconto e que viu a confusão nos olhos de um estranho que não estava em casa para beber no bar e que ao se deparar com a minha figura escolhendo os "limão" não entendeu mais nada. Ou não. Ou eu entendi tudo errado e não foi nada disso, e eu simplesmente fiz o que tinha que fazer e nada disso foi sublime suficiente a ponto de ser digno de ser relatado.


Mas se você acha que poesia é métrica, então entra na fila e aproveita pra comprar coquinho, e se não tiver pode comprar algum limão que eu garanto que é do bão.

S.

Um comentário:

Anônimo disse...

o que poderia ser mais contraditório que a cor do limão rosa e sua aparência degradante?
minha mãe me acordou hoje perguntando se eu estava com dor de cabeça. mas já não lembro se foi o vinho de galão ou aquele espinho do limão.