quarta-feira, 9 de maio de 2007

Seu nome é Volúvel Leviano.

Tem dias que eu acordo e sei de tudo, outros já não sei de mais nada.
Minhas certezas desmoronam a todo instante, se desmancham cada vez que o vento sopra, muda de direção e leva meus pensamentos, minhas angústias e minhas alegrias.

Venta e bagunça o que demorei pra arrumar, venta e arruma o que demorei pra bagunçar, venta e eu fico parada vendo pra onde a fumaça vai ir, venta e eu já sei que alguma coisa vai sair do lugar, e já não sei se fecho a porta ou abro pra ventilar.

Quem anda na rua tropeça com meus restos perdidos por aí. Quem anda na rua em um dia
ensolarado de outono, quem acha lindo todo contraste e toda menina com cabelos desgrenhados mal sabe que o vento é maldito, mal sabe que ele veio pra já ir embora. E é por isso que nossa relação sempre foi de amor e ódio, nos dias que eu o amo eu não poderia ser mais feliz, mas nos dias que ele resolve brincar eu não entendo porque sou assim.

Sempre quis ter os pés no chão pra deixar a cabeça e o coração irem aonde quisessem ir.
Pois é, eles foram e até agora não voltaram... E eu espero com aquele falso moralismo de uma noiva aflita que tem medo olhar pro lado e mudar de rumo. Espero a boa vontade de quem pode trazer de volta o que um dia com um vendaval me tiraram.

Minha única alegria é saber que da mesma maneira que foram, voltam, sempre voltam, com outra ventania inoportuna que eu adoro.

S.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fechar os olhos é sempre tão bom quando está ventando dessas maneiras.