terça-feira, 29 de maio de 2007

Nuvens de algodão

Gritei com minh'alma que não parava de suspirar enquanto você cantava com aqueles olhinhos apertados e tão brilhantes no meio daquele nada, um nada só nosso, todo nosso. Tão azul que anestesiava o silêncio do frio, no encontro de nossas mãos congeladas e quentes ao mesmo tempo, uma com a outra uma noutra.

Apenas mais uma de amor - repetia em pensamento ouvindo você cantar todas as músicas que eu mais gosto de ouvir você cantar. De um jeito todo doce que me encanta até nas reclamações de frio, de dor, de saudade.

Fechei os olhos devagar mais de uma vez, e te ouvir falando deles é como um tobogã que sai lá do alto perto das nuvens e vai até lá embaixo encostando na areia, acelerando tudo nas curvas que me davam mais que frio, mais que borboletas, mais que mudanças de estados dentro da minha barriga vazia.

Depois que te dei aquele céu bordado de hoje sem você nem perceber, senti seu gosto de algodão num beijo de saudade.


C.

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